sábado, 19 de setembro de 2009

Porque não se deve comprar animais:

A indústria de filhotes e seu impacto no abandono e no sofrimento dos animais

Telefone, Internet ou porta-malas de um carro. Seja qual for o meio, é certo que todos os dias centenas de vidas serão vendidas em uma cidade como São Paulo, num exemplo do que acontece com o resto do país. Com cinqüenta reais é possível comprar um cão ou gato em pet shops ou feirinha de rua. É uma verdadeira indústria que despeja filhotes no mercado, sem garantia de saúde, na maioria das vezes portando alguma doença infecto-contagiosa. O destino desses animais? Incerto, mas pode-se dizer que são sérios candidatos a uma vida de privações ou ao abandono.

Enquanto algumas pessoas usufruem do lucro fácill e sem escrúpulos, cresce nas cidades o número de animais em situação de abandono, com ou sem raça definida. Por impulso ou falta de informação, muita gente compra um filhote, apenas porque viu uma carinha fofa na vitrine. Alguns sequer têm tempo para dedicar ao animal, outros simplesmente não estão preparados para os gastos ao cuidar dele. Mas aí a coisa já está feita, e a solução é "dar para alguém", ou pior, o abandono. Em São Paulo são cerca de 20 mil cães e gatos recolhidos anualmente pelo Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), dos quais poucomais de 1.000 conseguem um novo lar.

Em épocas como a do Natal, muita gente pensa em presentear com um bichinho de estimação. Foi o caso de André Della Serra, que decidiu dar um poodle-toy para sua mãe este ano, depois de tanto sofrimento com a morte de Snow, com quem a família conviveu por 17 anos. "Minha mãe ficou muito triste com a falta dele, resolvi presenteá-la com essa cadelinha e aí... começou meu pesadelo".



Dos mambembes aos grandes pet shops: há perigo em todo lugar

André foi mais uma vítima de comerciantes que vendem animais apenas visando o lucro. Ele descobriu o canil por meio de um anúncio na internet, ligou e conversou com o dono, que passou a ficha do filhote por e-mail: teria 55 dias de vida, já se alimentava de ração seca, estaria vacinado e vermifugado. Segundo o comerciante, visitas semanais de um médico veterinário responsável era mais uma garantia de saúde dos animais. Não foi o que os laudos médicos constataram.

Depois de pagar os 400 reais em dois cheques, André foi buscar Julie, que veio acompanhada de uma carteira de vacinação (sem a assinatura de um veterinário responsável), com recomendações sobre alimentação e cuidados básicos "escritas em uma folha de caderno". Depois de quatro dias, Julie apresentou vômitos e diarréia e foi levada a uma veterinária, que constatou que o animal tinha pouco mais de 1 mês, necrose no rabo (uma das vértebras se soltou na mão da profissional) e poderia nem ter sido vacinada. A suspeita era de virose, mas a cachorrinha foi levada para outra veterinária que sugeriu a internação em UTI, onde realizou vários exames. Julie morreu em 17 de dezembro, 9 dias depois da compra, devido a parvovirose e cinomose. O laudo final da necropsia apontou que a cadelinha morreu por maus tratos e negligência do canil, por ter sido desmamada antes do tempo prescrito. Além disso, não tinha a idade alegada pelo comerciante, não foi vacinada e teve seu rabo cortado de maneira absolutamente errada.

André, que gastou 1500 reais para tentar salvar Julie, nomeou advogado para cuidar do caso e pretende processar o dono do canil onde comprou a cachorra. "Sem nenhuma responsabilidade, as empresas que se intitulam 'canis' fazem barbaridades com os animais só pelo dinheiro", afirma. "Espero que esse processo sirva de alerta para que as pessoas sejam mais criteriosas na escolha de seus animais de estimação".

No caso de grandes lojas, que vendem animais com a documentação em ordem, carteira de saúde assinada por médico veterinário e garantias que os filhotes estão em perfeitas condições, a decepção é ainda maior, já que tudo parece funcionar bem. Alessandra Schmitt, gerente de marketing, comprou seu filhote da raça maltês em novembro deste ano num pet shop localizado dentro de um shopping center. "Os donos me pareceram idôneos, não imaginei que pudessem ser meros vendedores preocupados unicamente com o dinheiro", afirma. Luke morreu em pouco mais de uma semana, devido a "tosse dos canis", doença que ataca o aparelho respiratório. "Pelo estágio em que estava, o veterinário que cuidou do Luke garantiu que ele já veio do canil com a doença", observa Alessandra.

Alessandra, que no ato da compra não se preocupou em conhecer os pais da ninhada e fez apenas uma tentativa para saber a procedência dos animais, insistiu em comprar o filhote assim mesmo. Os proprietários não a deixaram visitar as instalações do canil. "Eles diziam que os sapatos e a roupa do corpo dos visitantes poderiam levar doenças para os filhotes das mais diversas raças", afirma. "Na hora isso não fez diferença, não sabia dos riscos, mas hoje me arrependo". Quando ouvir uma resposta desse tipo, a primeira coisa que o futuro comprador deve fazer é desconfiar.



A vista grossa da Prefeitura

Quem costuma andar pelas imediações do Ibirapuera já deve ter visto um ônibus que faz exatamente aquilo que a prefeitura e as Ongs de proteção animal lutam para erradicar. Trata-se de um veículo adaptado, que fica estacionado nos fins de semana em frente ao portão 7, na Av. República do Líbano, das 9h às 18 horas. Na lateral, a inscrição: "Exposição e venda de filhotes com pedigree internacional". As fotos e as cores são chamativas, a promessa do pedigree ilude, e decerto atraem crianças e adultos deslumbrados com a idéia de adquirir um cãozinho.

No interior do ônibus, filhotes de diversas raças, em baias e canis improvisados, encantam as crianças como se fossem brinquedos de luxo. O comerciante ambulante de filhotes sai da região de Cotia – a 33 km da capital paulista – para vender animais numa região com alta taxa de abandono de cães e gatos. A sensação é de que as ongs de proteção animal tiram água de canequinha de uma canoa com muitos furos.

O caso ilustra uma realidade que acontece em cada canto do país. Meire ganha a vida vendendo cachorro e gato à beira de uma barulhenta avenida em Pirituba, bairro da zona oeste de São Paulo. Os animais ficam "em exposição" durante todo o dia, de quinta a domingo, faça chuva ou faça sol, em gaiolas improvisadas embaixo de uma árvore e sem nenhuma cobertura.

O local é sujo, os filhotes de várias raças e aparência mal cuidada ficam misturados, grandes e pequenos, cães e gatos, cerca de 7 por gaiola. "Filhotes com pedigree a preços acessíveis", diz a placa escrita à mão. Um filhote de pitbull é vendido a 50 reais. "O pedigree a gente entrega por correio quando chegar", diz a vendedora. Quando perguntada sobre a procedência dos animais, é categórica: "A gente tem um canil em casa, mas moramos longe daqui, não tem como visitar". E por que vem vender aqui? "Porque aqui tem mais saída", afirma. Além disso, garante que os animais, aos 45 dias, já têm todas as vacinas e vermífugos, mas as carteirinhas de vacinação não trazem a assinatura do veterinário responsável. Meire vende filhotes no local há 6 anos, sem licença, e nunca foi impedida pela prefeitura.

É difícil de acreditar que a prefeitura não tome atitude em relação ao comércio indiscriminado de animais em pet shops e ambulantes. Anualmente, milhões de reais são investidos em mega-campanhas de vacinação nas ruas, resgate, abrigo, alimentação e até mesmo castração e doação de animais. Todo esse esforço é inútil, quando se permite que "criadores" de fundo-de-quintal despejem animais sem critério, sem veterinários responsáveis, muitas vezes procriando pais e filhos com doenças genéticas e colocando em risco a saúde pública. "É um absurdo a proteção animal gastar o que não tem para resgatar, tratar, castrar e encontrar um lar para um animal de rua, enquanto a criação e o comércio seguem impunes, sem fiscalização e com enorme sofrimento para os animais", desabafa Marco Ciampi, presidente da ARCA Brasil.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Organização infiltrou-se na maior produtora de ovos do Mundo

A Mercy for Animals, organização norte-americana dedicada à defesa dos
animais, revelou, num vídeo feito com uma câmara oculta, que a maior
produtora de ovos do Mundo atira pintainhos ainda vivos para uma
trituradora. Todos os dias morrem assim 150 mil aves.

O vídeo mostra a linha de montagem da Hy-Line International, em Spencer
(Iowa), onde trabalhadores analisam os pintainhos que acabam de sair dos
ovos, arremessando todos os machos para uma passadeira que os conduz à
trituradora.

Segundo a Mercy for Animals, a eliminação dos machos é prática corrente no
sector e deve-se ao facto de estes não produzirem ovos e serem mais difíceis
de aproveitar para alimentação.
Já as futuras galinhas sofrem outros abusos na linha de montagem, existindo
uma máquina que retira parte dos seus bicos, o que lhes causa dores
crónicas.

O vídeo da Mercy for Animals mostra pintinhos moribundos no chão das
instalações da Hy-Line International e deixa um apelo para que as pessoas
deixem de consumir ovos.

A empresa reagiu através de um comunicado, garantindo que irá investigar o
caso, visto que o vídeo “parece mostrar violações das normas internas quanto
ao tratamento dos animais”. No entanto, realçou que a prática daquilo a que
se chama “eutanásia instantânea” dos pintainhos machos é defendida pelas
autoridades veterinárias.

“Infelizmente ainda não existe nenhuma forma de fazer ovos que só tenham
galinhas dentro. Se alguém precisar de 200 milhões de pintainhos machos
teremos todo o gosto em fornecê-los. Mas não encontramos mercado para eles”,
disse à Associated Press o porta-voz da associação sectorial United Egg
Producers.

Temos o poder de escolher não contribuir para estas crueldades!
Sejamos então responsáveis pelas nossas opções:
Não compre ovos nem produtos com ovos!