terça-feira, 22 de julho de 2008

a triste vida das galinhas poedeiras


A indústria de produção intensiva de ovos envolve pro­ces­sos tão ou mais cruéis que a indústria alimentar da car­ne. As galinhas poedeiras vivem en­carceradas em gaiolas de arame, sem fundo, o que resulta, muitas vezes, em ferimentos nas patas. As gaiolas são de um tamanho tão reduzido que as galinhas não conseguem sequer rodar sobre si próprias ou bater as asas.
Chegam a viver até sete galinhas por gaiola amontoadas umas sobre as outras. Não lhes é permitido qualquer tipo de liberdade para desenvolverem comportamentos naturais, como es­gra­vatar o solo com o bico em busca de alimento ou empoeirarem-se para se refrescarem.
O ambiente de armazém super po­voado, causador de imenso stress, as faz desenvolver comportamentos es­te­reo­ti­pados que podem pôr em risco a sua eficácia enquanto poedeiras. Por isso, os criadores desenvolveram métodos que evitam com­portamentos indesejados por parte das aves: transformam o ambiente do armazém de modo a que as galinhas per­ma­neçam em semi-escuridão e cortam-lhes os bicos a sangue a frio, utilizando uma lâmina quente, sem qualquer tipo de anestesia.
Quando a produção de ovos cai, lhes é retirado o alimento e os períodos que passam em escuridão alargam-se por mais de um mês. O objetivo é criar um choque corporal no animal para alterar novamente o seu ciclo de produção de ovos, de maneira a obter uma taxa produtiva mais alta.
Naturalmente que para um produtor dono de uma destas fabricas é mais rentável negligenciar os cuidados àquelas que adoecem e deixá-las morrer do que investir em melhorias de condições.
As galinhas menos resistentes e incapazes de continuar a pôr ovos são encaminhadas diretamente para o matadouro e, por vezes, são lançadas vivas numa espécie de triturador. Os restos das galinhas trituradas vivas são por vezes utilizados para confeccionar os conhecidos "nuggets".
Todas as galinhas que conseguem so­breviver a esse período de tempo em que se encontram encarceradas, chegam aos matadouros com­pletamente esgotadas, mu­­tiladas e depenadas. As aves chegam ao abate já com várias fraturas ósseas, tendo ainda pela frente uma morte cruel e dolorosa na degoladora. Este instrumento de abate falha muitas vezes na sua função de carrasco rápido, deixando que muitas galinhas sangrem até ao último suspiro.
Assim, a vida destas galinhas poedeiras não é em nada mais fácil ou feliz que aquela dos frangos na indústria da carne. Os dois setores estão intimamente ligados, ca­racterizando-se pela naturalidade com que se encaram os animais como máquinas de fazer dinheiro; em qualquer uma destas indústrias, os interesses das aves são desrespeitados.
http://www.centrovegetariano.org/

quinta-feira, 17 de julho de 2008

A importância da castração

Estima-se uma população no Brasil de cerca de 28 milhões de cães. A se­gunda maior população canina do mundo. Um orgulho? Não! Sinal de subdesenvolvimento cultural. Boa parte desses animais vive nas ruas ou favelas. No Estado de São Paulo, o número de cães errantes pode chegar a um milhão e centenas deles são capturados e mortos pelos Centros de Zoonozes. Na Capital, os pro­cedimentos de eutanásia são através de injeção letal, mas o mesmo não acontece em algumas cidades do interior. Os outros métodos possíveis e que já fo­ram usados são a câmara de gás, a ele­­trocussão e, pasmem, o afogamento.
Tudo isso acontece porque nascem mais cães do que existem pessoas disponíveis e interessadas em criá-los. Enquanto a mídia enaltece os cuidados que alguns cães recebem nos pet shop, outros cães e gatos morrem atropelados, envenenados ou de diversas viroses, sozinhos nas ruas. Qual a mola propulsora desta en­gre­nagem perversa? Procriação indiscriminada estimulada pelos seres humanos.
Muita gente adquire um filhote sem pensar que depois ele cresce, tem ne­cessidades de comida, água, higiene, atenção. Então a pessoa abandona o animal à própria sorte, longe de casa. Outras vezes, deixa-se a cadela emprenhar, ter os filhotes em casa, que depois são colocados em uma caixa e largados nas praças. Muitos morrem de frio, fome e doenças contagiosas.
Os criadores também têm parcela de culpa, pois fazem uma determinada cadela gerar dezenas de descendentes. Estatisticamente, para cada filhote com­prado, outro chega às ruas, perdido ou abandonado. Existem tímidas cam­panhas pela esterilização destes animais, como forma de controle da população, porém, um problema desta dimensão exigiria uma esterilização compulsória, vinda na forma de lei, e que abrangesse significativa parcela da população canina e felina.
Como esperar atitudes governamentais exige muita paciência, melhor não cru­zarmos os braços enquanto as me­didas não vêm. Esterilize ou castre seu animal. Estimule seus vizinhos e amigos a fa­zerem o mesmo. A castração é positiva para a saúde dos cães e gatos. Não compre animais. Adote um animal abandonado, é uma atitude muito mais legal.
Wilson Grassi Médico Veterináriowww.wilsonveterinario.com.br