quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Como proteger os animais?

1) Se você não tem tempo ou vontade de nada, não tenha animais em casa se
não puder cuidar deles e oferecer-lhes condições salubres. Muito faz quem
não atrapalha.

2) Se você tem algum tempo e alguma vontade, adote um animal. Para cada
animal comprado em pet shops, 3 morrem nas ruas. Lembre-se que é uma vida e
que ele tem necessidade de alimento, conforto e carinho. Um dia ficará velho
e precisará ainda mais da sua atenção.

3) Se você tem espaço, condições e atende os requisitos do item 2, adote
mais de um. O problema dos animais abandonados é realmente grande!

4) Se você não tem espaço ou condições, colabore com quem ajuda. Doe
alimentos, material de limpeza, divulgue campanhas. Voluntarie-se.

5) Seu guarda-roupa anda cheio? Abra espaço! Lã? couro? Você realmente
precisa disto num mundo com opções que não matam animais e são mais baratas?

6) Há espaço em seu banheiro para a vida? Então não compre produtos testados
em animais, opte por marcas que realizam testes éticos, como os testes *in
vitro*. Alguns produtos testados são os de limpeza, perfumes, cosméticos,
algumas rações... Saiba mais:
http://www.pea.org.br/crueldade/testes/lista.htm

7) Se houver espaço em seu coração para amar os animais que não convivemos
diariamente (vacas, galinhas, porcos, peixes e outros animais marinhos),
deixe de comê-los. Afinal, a dor que a galinha sente não é menor que a dor
de um cãozinho felpudo. Assim você não irá contribuir com a morte direta
deles e nem com a escravidão diária a que são submetidos na indústria de
alimentos.

8) Há ainda espaço no seu coração para os animais selvagens? Não compre
animais silvestres. O lugar deles é em liberdade. Seja menos consumista.
Para produzir qualquer coisa é preciso destruir habitats, retirar madeira,
minérios.... Muitos animais morrem para se produzir um produto que você não
precisa. E o que você descarta vai parar no meio ambiente e provoca a morte
de vários animais nos rios, no mar e em outros locais. Consumir menos e
gerar menos lixo é cultivar a vida.

9) E os animais humanos? Quantas crianças dormem ao relento, quantos
velhinhos são abandonados em asilos? Tolos sempre dizem "ao invés de adotar
um animal, adote uma criança". Sábios dizem "eu quero ser parte da solução e
não do problema". Ajudar pessoas não exclui ajudar os animais e vice-versa.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Rubem Braga

Bruno Lichtenstein

*Rubem Braga*
*
**18 de Julho de 1939*


Foi preso o menino Bruno Lichtenstein, que arrombou a Faculdade de Medicina.


O menino Bruno Lichtenstein não é arrombador profissional.

Apenas acontece que o menino Bruno Lichtenstein tem um amigo, e esse amigo é
um cachorro, e esse cachorro ia ser trucidado cientificamente, para estudos,
na Faculdade de Medicina.

O poeta mineiro Djalma Andrade tem um soneto que acaba mais ou menos assim:

*"se entre os amigos encontrei cachorros,
entre os cachorros encontrei-te, amigo".*


Mas com toda a certeza o menino Bruno Lichtenstein jamais leu esses versos.

Também com certeza nunca lhe explicaram o que é vivissecção, nem lhe
disseram que seu cão ia ser vivisseccionado.

Tudo o que ele sabia é que lhe haviam carregado o cachorro e que iam
matá-lo. Se fosse pedi-lo, naturalmente, não o dariam.

Quem, neste mundo, haveria de se preocupar com o pobre menino Bruno
Lichtenstein e o seu pobre cão? Mas o cachorro era seu amigo — e estava lá,
metido em um porão, esperando a hora de morrer. E só uma pessoa no mundo
podia salvá-lo: um menino pobre chamado Bruno Lichtenstein.

Com esse sobrenome de principado, Bruno Lichtenstein é um garoto sem
dinheiro. Não pagará a licença de seu amigo. Mas Bruno Lichtenstein havia de
salvar a vida de seu amigo — de qualquer jeito. E jeito só havia um: ir lá e
tirar o cachorro.

De longe, Bruno Lichtenstein chorava, pensando ouvir o ganido triste de um
condenado à morte. Via homens cruéis metendo o bisturi na carne quente de
seu amigo: via sangue derramado.

Horrível, horrível. Bruno Lichtenstein sentiu que seria o último dos infames
se não agisse imediatamente.

Agiu. Escalou uma janela, arrebentou um vidro, saltou.

Estava dentro do edifício. Andando pelas salas desertas, foi até onde estava
o seu amigo.

Sentiu que o seu coração batia mais depressa. Deu um assovio, um velho
assovio de amizade.

Um vulto se destacou em um salto - e um focinho quente e úmido lambeu a mão
de Bruno Lichtenstein. Agora era fugir para a rua, para a liberdade, para a
vida...

Bruno Lichtenstein, da cabeça aos pés, tremia de susto e de alegria. Foi aí
que ele ouviu uma voz áspera e espantada de homem.

Era o dr. Loforte. O dr. Loforte surpreendeu o menino. Um menino pobre, que
tremia, que havia arrombado a Faculdade. Só podia ser um ladrão!

Bruno Lichtenstein não explicou nada — e fez bem. Para o dr. Loforte um
cachorro não é um cachorro — é um material de estudo como outro qualquer.

Na polícia apareceu o pai do menino. O pai, o professor e o delegado
conversaram longamente — e Bruno Lichtenstein não ouvia nada. Só ouvia, lá
longe, o ganir de um condenado à morte.

Já te entregaram o cachorro, Bruno Lichtenstein. Tu o mereceste, porque tu
foste amigo.
Não te deram nem te darão medalha nenhuma — porque não há medalha nenhuma
para distinguir a amizade.

Mas te entregaram o teu cachorro, o cachorro que reivindicaste como um
pequeno herói. Tu és um homem, Bruno Lichtenstein — um homem no sentido
decente da palavra, muito mais homem que muito homem.

Um aperto de mão, Bruno Lichtenstein.

*
O texto acima foi extraído do livro "1939 - Um episódio em Porto Alegre (Uma
fada no front)", Ed. Record - Rio de Janeiro, 2002 - pág. 37.*
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petição

Sou contra o projeto de lei número 4548/98 que quer a alteração do artigo 32 da lei 9605/98. Assim, defendo que seja mantido em sua íntegra o texto atual que tipifica como crime o ato de maus-tratos a animais domésticos e domesticados, o qual já vigora há 11 anos e está em plena coerência com as normas brasileiras ambientais expressas em nossa Constituição Federal em seu artigo 225, § 1º, VII, o qual veda práticas cruéis contra animais não humanos.


Assine a Petição Online você também e nos ajude a continuar a luta pelo bem estar animal:
http://www.petition online.com/ artigo32/ petition. html